Centenário de Dorina Nowill: uma vida de luta pela inclusão na educação 6x5n28

Dorina ficou cega aos 17 anos e, a partir de então, se dedicou ao ativismo pela ibilidade no ensino 2i5l1z

O cenário da Educação no país é incerto e conturbado, mas os pontos positivos precisam ser lembrados para que a luta continue e o direito ao ensino seja algo real na vida da população. Nesta terça-feira, 28 de maio, comemora-se o centenário de uma figura importante na ibilidade e inclusão, Dorina Nowill, ativista e educadora brasileira que transformou o o à educação e literatura por meio da Fundação para o Livro do Cego no Brasil, hoje Fundação Dorina Nowill. 2h192r

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A paulista Dorina Gouvêa Nowill ficou totalmente cega aos 17 anos, em 1936, e nunca teve o diagnóstico concreto do que motivou a perda de sua visão. Mesmo com as limitações da época, ela não desistiu dos estudos e se matriculou em uma escola regular, sendo a primeira estudante cega a frequentar este tipo de instituição no chamado "curso Normal". 

Empatia  y226

Desde jovem Dorina percebeu a necessidade de mobilização para que as pessoas com cegueira total ou parcial pudessem seguir seus estudos e serem inseridas no mercado de trabalho. Com isso, Nowill aproveitou o seu período escolar para desenvolver um método que promovia a educação de crianças cegas, uma iniciativa que resultou no "I Curso de Especialização de Educação de Cegos na América Latina", na década de 1940. 

Luta pela inclusão 1u6d1s

Dorina sempre buscou a inclusão social de pessoas com deficiência e se especializou em educação de cegos no Teacher´s College da Universidade de Columbia. A educadora fez contatos com fundações dos EUA e conseguiu doações de maquinário e material para ampliar a produção de material ível. 

A Fundação para o Livro do Cego no Brasil começou suas atividades em 1946, proporcionando à população livros em braille e, posteriormente, audiolivros e outras ferramentas de ibilidade de forma gratuita. Décadas depois, a organização ou a se chamar Dorina Nowill. Em toda a sua existência, a Fundação foi responsável pela produção de mais de 6 mil livros adaptados, mais de 2.700 audiolivros e 900 títulos digitais. 

Além da fundação, Dorina fez parte do Ministério da Educação e conquistou a implantação de serviços de educação de cegos em todos os estados brasileiros. Lutou pela adoção de resoluções voltadas para o encaminhamento de pessoas com deficiência ao mercado de trabalho, além de buscar que os governos oferecessem programas de reabilitação e treinamento para cegos. 

Prevenção de doenças 5h1b6y

Dorina ficou cega na década de 1930, época em que a Oftalmologia não era tão avançada. O motivo de sua cegueira nunca foi descoberto pelos médicos, talvez por isso a educadora tenha incluído em seu ativismo a busca pela prevenção de doenças que possam causar a perda da visão.

Como ações na prevenção da cegueira conseguiu a reunião do Conselho Mundial Para o Bem Estar do Cego, do qual foi presidente, com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia e a Associação Panamericana de Saúde, em 1954, no Brasil. Além disso, sua fundação promove até os dias de hoje atendimento oftalmológico no serviço de clínica. 

Caminho a ser trilhado 1c5932

O Brasil evoluiu bastante na inclusão de pessoas com deficiência no ambiente escolar, mas muito ainda deve ser melhorado. O ensino superior está mais preparado para receber estudantes com limitações, o que é um desafio maior para o ensino básico. Com investimentos insuficientes por parte do governo em estrutura, material didático e laboratórios, as escolas encontram dificuldade em atender satisfatoriamente estudantes com os mais diferentes tipos de deficiência. 

É nesse cenário que entram pessoas com interesse em ajudar e lutar por melhorias, como fez Dorina, não deixando que o sonho de uma educação justa morra. Estudantes de iniciação científica e seus professores utilizam o espaço acadêmico para criar ferramentas de ensino ível que possam ser utilizados pela população, sem fins lucrativos, assim como iniciativas de voluntários levam para crianças a contação de histórias como forma de aprendizado em bibliotecas públicas. 

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Que a luta pela educação siga independente das barreiras políticas e econômicas e o ensino de qualidade seja uma realidade - não apenas um sonho - para qualquer pessoa. Democracia se faz com a garantia igualitária dos Direitos Humanos, dentre os quais está a garantia à Educação.


Fonte: Brasil Escola - /blog/centenario-dorina-nowill-uma-vida-luta-pela-inclusao-na-educacao.htm