Do subjetivo ao bem comum - Corrige Aqui

As antigas correntes filosóficas acerca da liberdade política, em tese, coordenariam harmonicamente as relações sociais e de governo. Ao longo de nossa história, entretanto, os modelos políticos estabelecidos debelaram tais princípios democráticos. A injustiça por parte do poder suscitou a sociedade iníqua arraigada até então, e estabelece um indivíduo de real caráter social: o cidadão.

O abuso de poder e negligências governamentais não são, necessariamente, acontecimentos da atualidade. A partir dos povos antigos em que a soberania do Estado marginalizava e excluía grupos inferiorizados, reproduziu-se essa forma de governo que impõe ordens à sociedade dominada. As regras e leis desenvolvidas pelo sistema governamental, em sua maioria, podem ter caráter desonesto, ou mesmo beneficiando apenas uma pequena classe. Os agentes excluídos, dessa maneira, devem reivindicar e buscar seus direitos a fim de criar uma nação igualitária, pois, afinal, sociedade que não teme seus governantes fecha a porta para a injustiça.

Ações sociais, tais como de Mahatma Gandhi [Nelson Mandela] na luta pelos direitos de afrodescendentes na África do Sul, tem papel incisivo na conquista do espaço das classes populacionais e propulsiona novas concepções políticas a partir da persuasão. Adquirir uma posição defensiva, porém impostora, pressiona o governo a itir iniciativas justas que atendem às mais diversas necessidades daquele povo. Todas essas ações, no entanto, condizentes às condutas éticas e da moral e não violentas. A desobediência civil nada mais é que exercer o direito da cidadania a qual somos incumbidos.

Participar politicamente de uma sociedade sujeita ao governo injusto e de restrições poderá requerer, em alguns casos, o descumprimento de leis para, assim, reestabelecer a justiça. A liberdade política da filosofia grega não se limita unicamente à livre participação das decisões do governo, uma vez que, para isso, é necessário que se parta do subjetivo para o bem comum.