Campo minado - Corrige Aqui

O trânsito, suposto meio de locomoção segura e organizada no meio urbano, tem mais se assemelhado a uma campo minado potencialmente perigoso. Os casos de acidentes aumentam, intensificando o número de vítimas. E em países como o Brasil, onde um considerável grupo da população parece ter declarada aversão a leis e normas, a situação se torna ainda mais caótica, envolvendo grande número de casos de imprudência ao dirigir.

O famoso “jeitinho brasileiro” perde seu brilho natural quando a questão é trânsito. A anunciada despreocupação e desprezo por regras[vírgula]   infelizmente [vírgula] inerentes ao país, o faz amargar uma triste posição no tocante ao tráfego urbano: as estatísticas de acidentes oriundos de imprudência no trânsito continuam a crescer. Em parte, esses números são responsabilidade da sociedade civil, que ainda insiste em subestimar o problema tão visível.

Pode-se perceber esse fato através, por exemplo, da ainda intensa propaganda de bebida alcoólica, nem sempre dissociada do ato de dirigir. Não raro [vírgula] encontra-se casos de motoristas dirigindo alcoolizados e ando impunes. Embora isso seja proibido na legislação, o “jeitinho” nos faz cultuar a diversão em detrimento do cumprimento da lei. E a deficitária fiscalização ajuda no processo de impunidade.

Em países europeus, por exemplo, as multas recebidas devem ser pagas no ato do recebimento, sob pena de recolhimento do veículo. Ainda nesses países, se um motorista for pego dirigindo alcoolizado, tem a habilitação retida. Essas medidas parecem ser responsáveis pela pequenas taxas de mortes no trânsito dos citados países. É preciso que a legislação brasileira seja mais rígida e, além disso, que a população se torne mais consciente dos perigos que o trânsito imprudente pode oferecer. Isso pode ser alcançado com um programa efetivo de incentivo a um tráfego seguro e prudente.

Dessa forma, necessita-se, a curto prazo, de maior punição a motoristas imprudentes e, a longo prazo, do estabelecimento de uma política de reeducação do trânsito para a formação de gerações conscientes e responsáveis. O “jeitinho” deve ser deixado de lado e a legislação, cumprida. Que o Dia Nacional do Trânsito (25 de setembro) seja comemorado com esperança, e não com ritos fúnebres.